Num universo em que os esmaltes ganham um status cada vez mais
elevado, com tons deslumbrantes, além de texturas e efeitos diferentes,
cresce também a criatividade dos fabricantes na hora de batizar suas
novas criações
Plano perfeito, Saia justa, Andando nas Nuvens, Ha ha ha, Tomara
que Caia... Pode parecer uma programação de filmes para o fim de
semana, mas esses são esmaltes que podem estar presentes na sua maleta.
Se você já se perguntou como surgem nomes tão criativos, que muitas
vezes representam as cores mais pedidas pelas clientes, nós conversamos
com os principais fabricantes do País. Para a maioria deles, a
inspiração vem das tendências internacionais, mas o desejo de despertar
sentimentos nas consumidoras também faz parte do processo criativo.
Tantas emoções“Primeiro
nós analisamos minuciosamente um book de tendências internacionais que
recebemos de agências especializadas com as cores que estarão em alta
nas estações seguintes. Esse material chega para nós com muita
antecedência. Depois fazemos um brainstorm para escolher as que vão
formar a coleção. Reunimos as equipes de comunicação, especialmente as
mulheres, jornalistas especializadas em beleza, consumidoras, além de
manicures que costumam usar nossos produtos”, explica Juliana Barros,
gerente da categoria maquiagem da Avon no Brasil. Só então os esmaltes
são batizados. A executiva diz que o objetivo da equipe é escolher
termos com os quais as consumidoras se identifiquem. “Optamos por
palavras que remetam às cores e ao tema da linha, mas que também
despertem emoção nas consumidoras”, diz.
Emoção também é a
palavra-chave para a Mundial Impala. Soraia Arraes, gerente de marketing
da marca, diz que, a cada nova coleção, a equipe de desenvolvimento
trabalha para criar nomes que despertem sentimentos como desejo, amor,
paixão e alegria. “Cada título acompanha o conceito e a temática da
coleção vigente. Não são descartados nem os mais simples nem aqueles
chamativos, mas é muito importante que seja algo lúdico e inspirador”,
ressalta.
Renata Leite, gerente de marketing da Colorama, explica
que o batismo dos esmaltes acontece no final do processo de criação da
coleção, só depois de serem definidos tema e nuances. “O nome de cada
uma normalmente representa parte do conceito, não necessariamente tendo
uma ligação direta com a cor. Em alguns casos, podemos ter uma licença
poética para ajudar a contar uma história, refletindo ainda mais a linha
criativa da proposta”, diz. Para a executiva, é preciso acompanhar a
repercussão, não só das cores, mas também dos nomes, como um termômetro
para futuros lançamentos.
Alessandra Dalge, diretora de marketing
da Top Beauty, revela que as inspirações das nomenclaturas surgem
depois de uma série de pesquisas de comportamento e estudos da moda
nacional e internacional. “Nosso objetivo é sempre criar nomes que sejam
agradáveis e, ao mesmo tempo, fortes e interessantes, que façam a
pessoa pensar”, diz.
A diretora de marketing da Risqué, Daniella
Brilha, diz que, de forma geral, a criação dos nomes, assim como os
conceitos de cada coleção, envolve diversos aspectos, como pesquisa de
tendências de moda, costumes, hábitos, referências históricas e o gosto
das consumidoras. “Mas como é um processo de construção livre, é preciso
também uma boa dose de criatividade coletiva, em que nenhuma ideia pode
ser descartada, mesmo as mais diferentes e não convencionais. A ousadia
é amplamente incentivada”, esclarece.